Na semana que o nosso país vai a eleições para escolher a próxima Assembleia da República e o novo governo, a humanidade assinala o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Curvemos em tributo perante a memória de 6 milhões de pessoas assassinados pelo regime nazi. Embora o povo judeu tenho sido o mais martirizado de todos, não podemos esquecer, igualmente, aqueles que à época tinham orientações sexuais, religiosas e políticas diferentes da norma instituída pelos nazis. Distante no tempo histórico em mais de sete décadas, somos, nos tempos mais chegados, confrontados com o ressurgimento dos mesmos ideais e pensamentos políticos. A memória da História tem corpo e tamanho em locais como Auschwitz e as praias da Normandia.
A sociedade contemporânea, por vezes, esvaziada de crenças e valores, vai ficando muito permeável e recetiva à voz simpática dos despojados de memória. O algodão doce que publicitam deverá ter, certamente, um sabor muito amargo! O inverno demográfico que vivemos nos países desenvolvidos coloca em confronto os jovens e os velhos. Aos primeiros apontam-se o afastamento à política e o desrespeito pelos valores da vida em sociedade. Aos jovens cabem as decisões do futuro e a responsabilidade de construir um mundo mais íntegro e equitativo. Há que acreditar nos jovens! A escola e os seus principais agentes têm a responsabilidade de ajudar os jovens adolescentes a construir um pensamento crítico e opiniões fundamentadas. Os valores humanistas têm, neste âmbito, de ser mais valorizados em detrimento do determinismo de qualquer folha de cálculo.
No dia a dia, precisaremos de revisitar a História e a memória da Segunda Guerra Mundial para não ficarmos capturados de ideais na atualidade. Enquanto educadores de consciências dos adultos de amanhã, haverá sempre o imperativo de não fazer esquecer as intolerâncias e a discriminação perante a diferença. Ainda a propósito, os alunos dos 9.º e 12.º anos, empenham-se, por estes dias, afincadamente, na realização das sessões escolares dentro do projeto nacional “Parlamento dos Jovens”, subordinados aos temas Combate à desinformação e Fake News. A qualidade dos debates e a forma como os alunos prepararam os temas fazem-nos acreditar no nosso modelo de ensino que valoriza o aluno em todas as suas dimensões. Num paralelismo com a atualidade, cremos que ajudamos os alunos a vacinarem-se contra a desinformação. Esta é, com certeza, uma das melhores armas que ajuda a eliminar o antissemitismo, racismo e xenofobia.
Espera-se que, ao lembrarmos o Holocausto e o seu impacto na história dos povos, possamos prestar a melhor homenagem de todas, sendo responsáveis pela construção de um mundo mais fraterno e esclarecido.